entrevista

Voluntária fala sobre ações que desenvolve há mais de 10 anos em Santa Maria

Da Redação

Foto: Arquivo pessoal
Com o filho, Nelson Helio

Nascida e criada em Ibiaçá (RS), Marlene Sager, 58 anos, é mãe de Nelson Helio Sager Júnior, 23 anos, e viúva há 18 anos de Nelson Helio Sager. Mãe e filho moram, há 13 anos, em Santa Maria. Marlene conta que, no Coração do Rio Grande, encontrou o dom da sua vida: ajudar ao próximo. Há 13 anos, ela integra o Lions Club da cidade e está engajada em campanhas sociais.

Para tanto, está envolvida em várias atividades filantrópicas de arrecadação, motivação e doação aos necessitados. Uma vez ao mês, Marlene retorna a Ibiaçá para visitar a mãe, Jovelina Carra Baschera, 80 anos, e o pai, Valdir Baschera, 84. Em novembro de 2018, eles farão 60 anos de casados. 

O Diário conversou com Marlene sobre seu trabalho social, família e projetos. Confira a íntegra abaixo:

Foto: Arquivo Pessoal

Família reunida para os preparativos dos 60 anos de casamento de Jovelina Carra Baschera e Valdir Baschera

Diário - De qual maneira o voluntariado mudou sua vida?
Marlene Sager -
Vejo-me mais humana, com um grande crescimento e mais tolerante. Já fazia voluntariado em Ibiaçá. Em Santa Maria, comecei depois de dois anos morando aqui. Reencontrei um amigo de colégio e ele me falou do Lions. O clube foi como uma bênção em minha vida e, há 10 anos, me dedico, de corpo e alma, às atividades do grupo, que me deu a oportunidade de crescer como pessoa e seguir uma paixão de vida. Tentei me graduar em Educação Física e Administração com habilitação em Marketing, mas em nenhum dos cursos fui tão feliz como sou ajudando as pessoas. 

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Diário - Qual a sensação em ajudar ao próximo?
Marlene -
É de gratidão, de paz, realização e a certeza que o dever foi cumprido e que o mundo tem solução. Tudo depende da família, da escola e do jeito como educamos o jovem. Como também participo como mãe conselheira do Léo Clube, acredito que temos de dar muito amor aos jovens. Não tem o que não se consiga quando falamos com cordialidade às pessoas. Precisamos ter sentimento e paixão, já que somos nós que fazemos acontecer tudo ao nosso redor. 

Foto: Arquivo Pessoal
Na recepção de 39 intercambistas vindos de 16 países

Diário - Quais as principais dificuldades em praticar o voluntariado?
Marlene -
Em muitas campanhas de arrecadação de donativos para famílias e instituições carentes, as pessoas nos dizem para pedir ao prefeito. Mas não podemos esperar pelo poder público. Temos de arregaçar as mangas e trabalhar, pedir mesmo. No meio de doações, não vejo pessoas com alto poder aquisitivo, mas, sim, aquelas que entendem a importância de fazer o bem. E as campanhas são muitas: doações de sangue, de material para higiene, doações de alimentos e de roupas. 

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Diário - Você participa das atividades do Léo Clube?
Marlene -
Sim, de todas. Dos acampamentos, das olimpíadas, viagens e até mesmo das festas. Fico com eles em todos os momentos. Eles têm regras a seguir, e como sou mãe conselheira, aproveito para conversar com eles e mediar situações. Também recebo intercambistas em minha casa, mesmo sem saber falar inglês. Acredito que a linguagem do amor é universal. Tenho muito orgulho de ver os integrantes do clube reunidos, todos os sábados, trabalhando em projetos e buscando conhecimentos. Vê-los tão empenhados, me alimenta, dá uma nova motivação para seguir. 

Foto: Arquivo Pessoal
Acompanhando o Leo Clube em uma ação no Brique da Vila Belga

Diário - De que maneira surgiu a ideia de criar o blog Donas de Si?
Marlene -
Estava em uma viagem, com uma amiga, há três anos. Em uma conversa, disse que queria fazer um blog para falar sobre moda para mulheres maduras e sobre viagens para pessoas acompanhadas ou não. Quando retornamos para Santa Maria, chamei algumas mulheres em casa para uma reunião. Quando terminou, vi que o desejo das mulheres era muito grande para eu cuidar de tudo sozinha. Foi então que pedi ajuda para a amiga Leila Moura, que aceitou essa aventura comigo. 

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Diário - O Donas de Si é um blog e um grupo. O que ele mudou em sua vida?
Marlene -
Sou muito mais dona de mim. Sinto-me empoderada, com mais atitude. Falo o que quero fazer, não pergunto mais o que acham. Faço o que me der vontade. A mulher que está bem com ela, torna-se melhor com quem ela convive, na sociedade e para ela mesma. Ela tem que se olhar no espelho e se enxergar linda e feliz. Queremos quebrar paradigmas. O grupo é aberto, dinâmico, fazemos com que as mulheres se sintam mulheres, façam o que quiserem e que sintam-se livres. Viemos neste mundo para isso. A partir do momento que me libertei, me tornei outra pessoa. 

Foto: Arquivo Pessoal
Equipe do documentário #EuSouEuQueroEuPosso do Blog Mulheres Donas de Si

Diário - A partir do blog e dos encontros, você nota mudanças positivas nas vidas das outras colegas?
Marlene -
Além de se empoderar, elas também tem companhia para sair e se divertir. Temos grupo no WhatsApp, onde dizemos aonde vamos e quando chegamos aos eventos. A mulherada está lá em peso. Todas são muito aventureiras e, em uma de nossas viagens, ao México, fomos visitar a Praia de Tubarão, uma ilha em Cancún. No retorno do passeio, uma tempestade nos surpreendeu. Tivemos que deitar na lancha e esperar até passar. Foi uma experiência diferente do que muitas já tinham vivido. Essas vivências nos deixam mais maduras e vivas, nos mostram outro sentido de viver.

*Colaborou Natália Venturini

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